terça-feira, 26 de outubro de 2010

Novidade

Odeio me sentir fraca, sensível, desprotegida. Essas sensações nunca fizeram parte de mim. Sempre fui forte, tranqüila e sozinha. Nunca precisei de nada que me fizesse sentir completa para estar bem. Estou confusa, sinto um vazio estranho, não sei definir porque. Pode ser falta de alguém ou de alguma emoção apenas. Talvez seja só falta da minha própria proteção. Da muralha que eu havia criado para me proteger.
Sempre fui fixa em meus objetivos, sem permitir que nada retirasse meu foco, me desviasse do meu único e simples caminho.
Pode ser que tudo isso seja só uma confusão dentro do meu eu que eu ainda não encontrei. Ou então, seja apenas reação a essa surpresa que me comoveu. Essa fraqueza vem da necessidade que estou sentindo de
ter essa novidade o tempo todo. Estranho-me mais a cada instante.
Estou assustada. Espantada pelo fato de estar gostando disso. Incrível. Estou confortável em não me sentir mais friamente bem. Estou até gostando de sentir essa angústia de saudade que me leva a esperança do tão esperado reencontro. Estou gostando até mesmo das pontadas de ciúme que causam raiva e apertão o coração. É bom sentir que algo mexe comigo, que eu voltei a sentir-me viva. É tão bom deitar, colocar a cabeça no travesseiro, fechar os olhos e ter a certeza de ter algo esperando você. É bom sentir a presença mesmo sem ninguém ao lado. Sentir o cheiro que surge da memória de um momento.
Estava acomodada a monotonia de ser sozinha, no meu narcisismo interior. Mas essa novidade me intrigou e convidou-me a desvendá-la. O sorriso encantador e o abraço caloroso me fascinaram.
Talvez seja o que eu estava procurando sem saber. Talvez eu até goste de mergulhar fundo nisso que deseja que eu me entregue. Talvez eu queira sim me entregar e investir nessa paixão fugaz.
Agora? Agora, já não sinto falta de nada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário